Decisões que Moldam Caminhos
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Thais de Souza Sottili - Psicóloga CRP 12/23658
6/18/20252 min read


Escolher é sempre renunciar
Na vida, estamos tomando decisões o tempo inteiro. Algumas parecem simples: o que vestir, o que comer, sair ou não sair. Outras exigem mais de nós: qual profissão seguir, mudar de cidade, ter filhos ou não. A verdade é que, a cada escolha, abrimos mão de várias outras possibilidades — e nem sempre estamos preparados para lidar com o que deixamos para trás.
Escolher comer muito chocolate pode significar, em algum momento, lidar com as consequências disso no corpo. Optar por uma profissão envolve renunciar temporariamente a outras que também pareciam interessantes. Priorizar comprar uma casa pode significar adiar aquela viagem dos sonhos. Ter filhos pode significar abrir mão da liberdade de horários, mas traz experiências únicas que talvez não viveríamos de outra forma.
Quando a Escolha Implica em Deixar Algo para Trás
Existem momentos em que decisões aparentemente pequenas mudam o curso da nossa história. Quando seguimos o caminho “A”, deixamos para trás tudo que o caminho “B” poderia nos oferecer. E é comum surgirem as dúvidas: será que teria sido melhor? mais leve? mais feliz? Mas se tivéssemos seguido o “B”, provavelmente nos perguntaríamos o mesmo sobre o “A”.
E se a gente não escolhe nenhum? Ficar parado também é uma escolha — e ela também traz consequências. Muitas vezes, a omissão gera efeitos tão profundos quanto uma decisão ativa.
O impacto coletivo das nossas decisões
Nossas escolhas também reverberam na vida dos outros. Decidir não ir trabalhar, por exemplo, pode afetar toda uma equipe. Para uns, isso pode abrir espaço para novas ideias; para outros, gera sobrecarga. Cada pessoa responde de forma diferente aos imprevistos, e essa resposta tem raízes na história de vida individual, familiar, cultural e no ambiente em que está inserida.
Quem nunca entrou em um lugar e sentiu o “peso” do clima? Às vezes ouvimos frases como: "Aqui sempre foi assim, não adianta tentar mudar", ou "É melhor se conformar". Mas também existem aquelas pessoas que propõem um novo olhar: "Será que não dá pra tentar diferente?" A escolha entre repetir padrões ou buscar alternativas também é uma forma de decisão.
A rede invisível que nos liga
Frequentemente, deixamos de perceber como pequenos gestos ou ausências podem impactar tudo à nossa volta. Estamos interligados. Fazemos parte de uma rede em que cada atitude, por menor que pareça, tem um peso. Nos reconhecermos nesse sistema é o primeiro passo para qualquer mudança.
Não controlamos o que os outros fazem, mas podemos sim cuidar das nossas escolhas. Com mais autoconhecimento, conseguimos sair do piloto automático e agir de forma mais consciente — e isso, aos poucos, muda tudo.
Quando procurar ajuda?
Nem sempre é fácil lidar com as escolhas, especialmente quando envolvem perdas ou dilemas emocionais. Se você tem se sentido paralisado(a), sobrecarregado(a) ou em dúvida constante sobre qual caminho seguir, a psicoterapia pode ser um espaço seguro para refletir, se conhecer melhor e encontrar clareza.
E você, já parou para pensar no que ganhou — ou perdeu — com as escolhas que fez até aqui?